terça-feira, 3 de maio de 2011

SAUDADES DA CASA DE DEUS


Salmo 84
 Em uma sociedade pós-moderna, cada um cria seus locais próprios para adoração, pouco importando se a manifestação provêm de Deus ou dos “homens”, o importante é que estamos saciando nossos desejos. Embora Jesus afirme em Jo 4 que a verdadeira adoração não  está mais limitada a um lugar específico, entretanto, ela é caracterizada e centrada na ação e presença do Espírito Santo. Vejamos como este salmo pode nos ajudar e reencontrar a verdadeira adoração:
A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo” – vs.2: este é o cântico de alguém que está longe da Casa de Deus. Não sabemos se o peregrino é um viajante que esteve em Jerusalém ou algum exilado distante de sua terra, o interessante é a saudade que ele sente: não é uma saudade apenas do lugar, mas principalmente da atmosfera de adoração que ele presenciou. O próprio Deus se fazia sentir naquele lugar. Como você está hoje? Com saudades da presença de Deus em sua vida... ou satisfeito com a maneira como você está?  “ Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.” – vs. 3: essa metáfora nos mostra que até os mais simples são recebidos na Casa de Deus. Nos palácios e nos templos das religiões do mundo há uma preferência pelos príncipes e pelos nobres,  mas na Casa de Deus há lugar para todos. Você pode fazer sua casa na presença de Deus, pois nela há paz, alegria e felicidade. Em Deus você pode descansar.
“Que, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques. Vai indo de força em força; cada um deles em Sião aparece perante Deus. – vs. 6 e 7”: o caminho para Jerusalém passava pelo vale de Baca, um lugar desértico, mas quando era a época da adoração(provavelmente a festa dos Tabernáculos) no templo, Deus enviava as primeiras chuvas e tornava o deserto em um lugar cheio de vida. Quando se adora, Deus transforma nossos desertos em lindos jardins .
“Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil – vs. 10: Um único dia na Casa de Deus era melhor que mil dias (3 anos) em qualquer outro lugar. Algumas pessoas preferem estar na “Igreja” a estar em qualquer outro lugar. Quantos homens e mulheres tem dedicado a sua vida na presença de Deus, se alegram em realizar a vontade de Deus neste mundo. Não vivem uma vida de contemplação, mas vivem uma vida de ação. Que Deus coloque sobre cada um de nós este desejo!
 Conclusão: Quem vive dessa maneira, pode dizer: “Porque o SENHOR Deus é um sol e escudo; o SENHOR dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão. SENHOR dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.” – vs. 11 e 12.

TRINDADE

                A posição de Jesus Cristo em relação à divindade esteve em xeque desde os primórdios do cristianismo, como bem podem ser atestados pelas confissões antigas presentes no texto bíblico em que é declarada sua plena humanidade e também a sua plena divindade (doutrina da união hipostática). Já dentro do ambiente judaico, grupos como os ebionitas afirmavam que Jesus era apenas humano e que pela sua obediência completa à vontade do Pai, Ele o adotou como Filho (doutrina também conhecida como adocionismo). Mas sem dúvida alguma, foi dentro do ambiente filosófico grego que o cristianismo enfrentou às suas maiores dificuldades, em que o embate não era para defender a fé cristã dos ataques dos filósofos pagãos, mas sim dos filósofos cristãos que visavam explicar “racionalmente” dentro da filosofia grega os conceitos considerados balizares para o cristianismo. Sem dúvida alguma o monarquianismo modal, base da sustentação gnóstica, sustentava ser Jesus o spermatikóslogoi, ou seja, a primeira substância criada pelo Pai e a partir dela, o Pai criou todas as coisas, essa doutrina era também conhecida como docetismo, que afirmava que Jesus parecia possuir um corpo humano, mas na realidade era um corpo espiritual. É observado nos primeiros séculos da história da teologia que os principais concílios foram reunidos para discutir vertentes deste tipo grego de cristologia.
                Em 325, no Concílio Ecumênico de Nicéia, igreja que já havia sido assolada pelo sabelianismo no século anterior, agora tem que enfrentar o conceito ariano de cristologia, que Cristo é visto como uma substância distinta do Pai, como afirma Justo Gonzáles: “A igreja até então não havia condenado o modalismo.”, agora se depara com um conceito que está abalando toda a igreja. Este concílio considerou o ensinamento de Ário herético e definiu o credo conhecido como Credo de Nicéia: “Cremos em um só Deus Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro do verdadeiro Deus, gerado, não feito, consubstancial (homoousius) com o Pai, por quem todas as coisas vieram a existir, tanto no céu como na terra, que por nós homens e pela nossa salvação desceu e encarnou, tornou-se humano, padeceu e ao terceiro dia ressuscitou e subiu ao céu e virá para julgar os vivos e os mortos; e no Espírito Santo.”